sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ninho: Por dentro... e a transpirar



Hoje percebi o verdadeiro significado do nome de «Ninho de Pássaro» para o Estádio Olímpico de Pequim: lá dentro parecemos ovos a cozer. E ao vapor!
Cá fora, no meio da excitação dos 91 mil que tinham bilhete para a cerimónia de abertura, nem se notava o calor - ao fim de mais de uma semana em Pequim, uma pessoa vai-se habituando. E sou até capaz de jurar que soprava uma ligeira brisa.
Mas quando se entra no estádio... a sensação mais parecida de que me lembro é de quando abro o forno, nos dias em que me armo em cozinheiro. E tudo piora ainda mais quando nos sentamos, nas cadeiras um pouco justas e com pouco espaço para as pernas. Ou seja: são 91 mil pessoas apertadinhas, dentro de um estádio descomunal - e absolutamente belo, por fora e por dentro! - mas onde não sopra uma aragem. O máximo que se consegue é apanhar com um bocadinho do vento do parceiro do lado que levou um leque.
Embora seja uma obra de arquitectura e de engenharia notáveis, sou levado a concluir (talvez apressada e traumaticamente, acredito) que talvez o problema do calor tenha escapado aos autores do projecto. O estádio é demasiado fechado, não deixando correr a mais pequena aragem. Dá até a ideia que foi construído para proteger os espectadores quando, aqui em Pequim, correm os ventos frios oriundos da Sibéria, do que a pensar na sua utilização durante o Verão quase tropical.
Apesar do calor insuportável, o estádio é magnífico. Os acessos são muito intuitivos e fáceis, as zonas comuns de bares criam um ambiente muito acolhedor, e todo o intricado da estrutura é de uma beleza enternecedora.
Um dos pormenores mais interessantes, é a forma como está colocada a iluminação, espalhada, em diversos grupos, ao longo de toda a cobertura e na divisão entre o segundo e o terceiro anel.
À partida, parece que se tem uma boa visão da pista e do relvado desde qualquer lugar - a coisa mais importante num estádio desportivo. Mas isso terá que ficar para a próxima, pois na cerimónia de abertura nem a pista nem o relvado se viam.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os arquitectos pensaram q estavam na Suiça...