A vitória de Tommie Smith nos 200 metros, nos Jogos Olímpicos do México 1968, com um recorde mundial (19,78 segundos) que iria durar 11 anos - e quantos mais teria permanecido imbatível se ele não tivesse levantado os braços e relaxado nos últimos metros antes da meta. A prova do excelente atleta que era Tommie Smith - infelizmente, hoje, quase apenas lembrado pelo seu gesto no pódio (com John Carlos, terceiro classificado) de erguer o punho e baixar os olhos para o chão, enquanto tocava o hino dos EUA e a bandeira subia ao mastro principal. Quantos mais recordes poderia ter batido Tommie Smith se não lhe tivessem cortado a carreira naquele momento?
sábado, 26 de abril de 2008
Vídeo: Momentos perfeitos (3): Tommie Smith
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Vídeo: Momentos perfeitos (2) - Bob Beamon
O salto de Bob Beamon de 8,90 metros, nos Jogos Olímpicos do México, em 1968. Chamaram-lhe (e com razão) o «record do século». Durou até 1991, quando Mike Powel saltou 8,95 metros, em Tóquio, nos Campeonatos do Mundo.
Vídeo: Momentos perfeitos (1) - Nadia Comaneci
O exercício de Nadia Comaneci nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. Naturalmente, um 10!
Tibete: Pequim vai receber representante do Dalai Lama
O governo de Pequim vai reunir-se, nos próximos dias, com o «representante privado» do Dalai Lama, por causa da questão do Tibete.
Com este anúncio, divulgado a 25 de Abril pela agência oficial Nova China, Pequim conseguiu dar um avanço extraordinário na questão tibetana e, ao mesmo tempo, responder às «exigências» de alguns líderes ocidentais para poderem aceitar estar presentes na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Segundo uma fonte oficial do governo de Pequim, citada pela Nova China, «a política do governo central em relação ao Dalai tem sido consistente e a porta do diálogo permaneceu sempre aberta.»
«Espera-se agora que através dos contactos e consultas, o lado do Dalai vá tomar medidas credíveis e parar com as actividades destinadas a dividir a China, parar com os incentivos à violências e deixar de sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim e criar condições para conversações.»
É assim a diplomacia chinesa. E parece-me que, depois destas conversações, há alguém que se vai sentir «entalado».
quinta-feira, 24 de abril de 2008
França: Sarkozy volta a ameaçar boicotar a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos
Um ano depois de ser eleito, o Presidente francês quis deixar a sua marca na política internacional e anunciou, em entrevista televisiva, a possibilidade de boicotar, com a sua ausência, a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. A sua única condição para que isso não suceda é que Pequim inicie, de imediato, o diálogo com o Dalai Lama.
Mas, no seu caso, percebem-se outras razões:
1) Em França, a posição da opinião pública é, desde há muito, favorável ao Tibete.
2) A comunidade chinesa em França, apesar de relativamente numerosa, não tem qualquer expressão em termos de opinião pública.
3) A opinião pública francesa é muito pouco favorável ao actual equilíbrio de forças no Comité Olímpico Internacional, especialmente depois de terem perdido a organização dos Jogos de 2012 para a rival Londres.
domingo, 20 de abril de 2008
Pequim: Chineses boicotam produtos franceses
Sucedem-se as notícias sobre os apelos de boicote e campanhas de protesto aos produtos chineses na China. Tudo por causa da «recepção» dada em Paris à tocha olímpica. E das declarações de Sarkozy a admitir um boicote à cerimónia de abertura dos Jogos.
Há sinais que não podem ser ignorados.
A polémica da tocha começa, de facto, a dividir o mundo em dois blocos. E os franceses arriscam-se a ficar isolados no meio disto tudo. É preciso não esquecer que, em 2012, os Jogos serão em Londres e, nem que seja só por causa disso, há um lado institucional que os ingleses vão ter que manter com a China. Por exemplo este: a 24 de Agosto, na cerimónia de encerramento, o mayor de Londres (qualquer que saia vencedor das eleições de 1 de Maio) vai ter de subir ao palco principal do estádio para receber a bandeira olímpica das mãos do seu homólogo de Pequim. E uma vasta delegação britânica vai ser obrigada a acompanhar os Jogos de Pequim a par e passo e bem por dentro, como forma de perceber todos os problemas de organização de um acontecimento com esta complexidade.
Ou seja: os ingleses, quer queiram quer não, vão ter de estar em Pequim. E com um forte nível de colaboração.
No meio disto, percebe-se até alguma desta «má vontade» francesa para com o movimento olímpico (criado, precisamente, por um francês, o barão Pierre de Coubertin): afinal de contas, Paris até perdeu para Londres a organização dos Jogos de 2012. E isso é algo que os chineses sabem muito bem e que, de certeza, ainda irão aproveitar como argumento nos próximos tempos.
Pequim: Faltará alma ao «Ninho»?
O Estádio Olímpico, desenhado por Herzog e Meuron, é um dos símbolos dos Jogos de Pequim. Ao longo dos últimos quatro anos, temos sido bombardeados com todo o tipo de imagens possíveis sobre aquela intricada estrutura de aço, alcunhada de «Ninho»: maquetes, desenhos em três dimensões, diversas fases da sua construção, pormenores, vistas aéreas, artísticas, técnicas. E sempre abrimos a boca de espanto.
Agora, finalmente, o estádio começou a ser usado para aquilo que serve: as competições desportivas. E começamos a receber as primeiras fotografias feitas do seu interior, junto à pista de tartan, com os atletas em acção (como esta lá em cima). E... parece que falta qualquer coisa. Parece que falta uma personalidade, uma alma, uma identidade É um estádio, mas sem nada que o distinga em particular. Falta-lhe, por exemplo, um arco como o que Santiago Calatrava concebeu para o estádio de Atenas. Ou a grandeza funcional do estádio de Sydney. Ou a história do Olímpico de Barcelona. Pode ser uma impressão apressada, mas parece que falta qualquer coisa...
Olímpicos: Jogar a vida em 5 minutos
A frase está no blogue de Joaquim Videira e resume, de forma fria e cruel, o momento culminante de um atleta de alta competição a tentar obter um lugar nos Jogos Olímpicos. Num post sobre os Europeus de judo, em Lisboa, Videira (já apurado na esgrima) conta o seu encontro com Pedro Dias, o judoca que passou longas semanas lesionado e que tinha naquele torneio a sua última possibilidade de carimbar o bilhete para Pequim.
«Momentos antes de disputar a atribuição da medalha de bronze, que lhe garantia o apuramento para os Jogos Olímpicos, cruzámo-nos nos corredores do Pavilhão Atlântico», conta Videira. «Um pouco nervoso e também ansioso afirmou: “Em 5 minutos vou decidir 10 anos da minha vida”. Esta é a dura realidade para muitos de nós, um combate, um assalto pode ditar o destino de muitos anos de treino e dedicação. Fiquei emocionado quando atingiu o seu objectivo, era o mesmo objectivo que durante anos tem norteado a minha vida.»
Uma lição que merece não ser esquecida.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Pequim: Cinco factos sobre o 'Ninho'
O Estádio Olímpico de Pequim tem, este fim-de-semana, o seu primeiro grande teste. Eis, cinco factos sobre a obra emblemática destas Olimpíadas, segundo a Reuters:
* Construção iniciou-se a 24 de Deszembro de 2003, no mesmo dia em que começaram os trabalhos no vizinho «Cubo», a piscina olímpica.
* O estádio ocupa 258.000 metros quadrados e tem uma lotação de 91.000 pessoas. Durante os Jogos, vai acolher as cerimónias de abertura e de encerramento, as provas de atletismo e a final do torneio de futebol.
* Custou 3,5 mil milhões de yuans (cerca de 600 milhões de euros). Na sua construção foram utilizadas 42 mil toneladas de aço. Foi necessário recolocar 4707 residentes, de 2.043 casas.
* Construção foi suspensa em 2004, depois de críticas ao seu custo excessivo. O projecto foi, nessa altura, reformulada, retirando-se 9.000 lugares, 12.000 toneladas de aço e o tecto móvel.
* Depois dos Jogos, o estádio vai pertencer ao clube de futebol Guoan, de Pequim. A sua manutenção vai custar cerca de 7 milhões de euros por ano.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Pequim: Estádio aberto e vídeo na BBC
«Parece uma pilha gigante de spaghetti, pronto e à espera, no caso de Gulliver decidir aparecer para o almoço». Foi assim que o correspondente da BBC em pequim, James Reynolds, viu o Estádio Olímpico, hoje pela primeira vez aberto à comunicação social.
Com capacidade para 91 000 espectadores, desenhado pelos arquitectos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, o estádio é conhecido como «Ninho de pássaro», devido à sua estrutura intricada de metal, com 70 metros de altura. Demorou 52 meses a ser construído.
Apesar de ter sido desenhado por suíços, percebe-se o porquê da escolha de Pequim por este projecto: o estádio transmite ao mundo a mensagem de uma China moderna, forte, determinada, mas também fortemente enraizada no seu território e composta por múltiplas realidades.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Tocha: A festa depois dos protestos
Depois dos protestos em Londres, Paris e São Francisco, a passagem da tocha olímpica tornou-se numa manifestação pacífica. Em Buenos Aires não houve notícias de distúrbios. Na Tanzânia, apenas se ouviu falar numa recepção normal. E, agora, em Oman, um pequeno país muçulmano na ponta sul da península Arábica, com fortes laços comerciais com a China, o clima foi mesmo de festa, com milhares de pessoas nas ruas.
«Nunca tinha visto nada assim. Nunca esperei ver tanta gente nas ruas, isso nunca acontece em Oman», disse Naser Mustafa, um habitante de Oman, ouvido pela agência AP.
Será que pararam mesmo os protestos? Na Austrália se verá.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Judo: João Neto é o primeiro!
O novo campeão europeu de Judo João Neto ascendeu ao 1.º lugar do ranking mundial EJU da categoria de -81 kg, hoje divulgado.
João Neto subiu do 9.º lugar para o primeiro e destronou o brasileiro Tiago Camilo, campeão do Mundo de 2007, que baixou à terceira posição.
O holandês Guillaume Elmont, 2.º classificado nos Europeus de Lisboa, ascendeu também à 2.ª posição do ranking.
As alterações substanciais devem-se à pontuação atribuída a estes Campeonatos da Europa, equiparada à dos Mundiais de 2007, disputados no Rio de Janeiro.
Em contrapartida, por não ter disputado a prova de Lisboa, Telma Monteiro viu-se ultrapassada no topo do ranking dos -52 kg femininos pela espanhola Ana Carrascoza. Telma Monteiro tem 170 pontos, contra 175 da nova campeã europeia.
Nas outras categorias, João Pina (-73 kg) ocupa o 7.º lugar, Pedro Dias (-66 kg) o 19.º e Ana Hormigo (-48 kg) o 10.º posto.
Fonte: COP
domingo, 13 de abril de 2008
Judo: A melhor homenagem a António Matias
O Europeu de Judo, disputado este fim-de-semana no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, foi histórico para o desporto português: uma medalha de ouro (João Neto) e três de bronze (Ana Hormigo, Pedro Dias e Yahima Ramirez). No medalheiro geral, Portugal classificou-se em nono lugar, num total de 30 países - e se Telma Monteiro não se tivesse lesionado, seria sempre a vencedora natural de uma medalha de ouro, o que teria levado o judo nacional a um excepcional quinto lugar na geral.
As medalhas, a excelente participação de todos os atletas e a organização do campeonato foram a melhor homenagem a um dos principais responsáveis por tudo o que se viveu, este fim-de-semana: o inesquecível António Matias, seleccionador feminino desaparecido no início do ano. As muitas lágrimas derramadas no pódium do Pavilhão Atlântico foram por ele.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Tocha: para saber mais
As características e o percurso, numa infografia animada do jornal espanhol «El País»
Tocha: Confronto em São Francisco
Cada «aparição» desta tocha olímpica dos Jogos de Pequim parece trazer uma história diferente, mas esclarecedora. Na Grécia, numa cerimónia quase privada para acender a chama, foi o momento do «embaraço televisivo» quando os membros dos Repórteres Sem Fronteiras irromperam na zona vedada.
Em Almaty, viveu-se a euforia dos novos-ricos do petróleo, com o Presidente do Cazaquistão a exibir-se com a tocha.
Em Londres, as atenções viraram-se para os primeiros grandes protestos dos apoiantes da causa do Tibete, que aumentaram ainda mais em Paris, obrigando à interrupção da estafeta.
Agora, em São Francisco, como se observa bem na fotogaleria do San Francisco Chronicle, a história foi a do confronto entre chineses e anti-chineses. E este é um facto que, cada vez mais, não pode ser descurado no debate actual sobre a China: apesar dos desrepeitos pelos direitos humanos, apesar do Tibete, apesar da falta de liberdade de expressão, apesar de tudo... se há coisa que nenhum chinês permite, em qualquer parte do mundo, é que digam mal do seu país, da sua pátria. Sempre foi assim e assim continuará a ser.
O que se viu hoje em São Francisco é apenas uma pequena amostra do que está para vir. Na cabeça dos seus organizadores, o trajecto desta tocha olímpica sempre foi pensado como uma forma de unir a «grande China» espalhada pelo mundo - daí ela passar pelas cidades com as maiores Chinatowns!
Os protestos pela causa do Tibete podem acabar - apesar de toda a sua justeza - por ter um efeito perverso: fazer aumentar a dureza do governo de Pequim, ao sentir-se com os «seus» do seu lado.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Tocha: Chegada a São Francisco com segurança de chefe de Estado
A chama olímpica chegou esta madrugada à Califórnia, «protegida pela noite e por uma segurança apenas reservada às visitas de chefes de Estado», segundo noticiou o San Francisco Chronicle, principal jornal da cidade, onde a tocha fará o único trajecto nos Estados Unidos.
Apesar de, algumas horas antes, sete activistas terem sido detidos pela polícia por colocarem bandeiras a favor do Tibete na emblemática Golden Gate, a chegada da tocha ao aeroporto não registou qualquer tipo de protestos.
No entanto, ninguém espera que, durante o dia de quarta-feira, o percurso da chama olímpica seja apenas uma «jornada de harmonia», conforme prometiam os seus organizadores. Até porque se sabe que organizações de defesa dos direitos humanos de todo o país preparam acções na cidade. Mas as autoridades de São Francisco mostram-se preparadas para tudo. E confiantes que poderão evitar o caos registado em Paris, onde a tocha teve de ser apagada e protegida dentro de um autocarro. Em breve se saberá...
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Tocha em Paris (2): O que se vê e lê em França
Relato cronológico dos principais acontecimento registados em Paris, durante o percurso da tocha olímpica, segundo o site do diário francês «Liberation»:
10h45. Plusieurs dizaines de manifestants commencent à se rassembler au Trocadéro. Une banderole de quinze mètres de long proclamant "Pour un Tibet libre" est déployée sur le parvis des droits de l'homme
11h. Sur le parvis du Trocadéro, une brève altercation oppose des manifestants pro-Tibet et un homme brandissant le drapeau chinois.
11h30. L'attaquant portugais du Paris SG, Miguel Pauleta, un des porteurs de la flamme olympique dans Paris, confie être "sensible aux droits de l'homme" mais ne veut pas pour autant faire du passage du flambeau "un truc politique". Quant à la situation du Tibet, le footballeur estime qu'elle est "difficile, mais moi, ce que je vais faire, c'est porter la flamme olympique, et ça c'est le sport".
12h. Plusieurs centaines de manifestants pro-Tibet, certains vêtus de robes couleur safran, sont rassemblés sur le parvis des droits de l'homme, près de la Tour Eiffel. Une banderole de quinze mètres de long proclamant "Pour un Tibet libre" a été déployée. Une autre, en rouge, est barrée de l'inscription "Pour un monde sanglant, bienvenue aux JO made in China".
12h30. L'ancien athlète Stéphane Diagana donne à la tour Eiffel le départ du parcours de la torche olympique encadrée par un important dispositif de sécurité.
12h40. Des Tibétains sont refoulés par la police tandis que des manifestants pro-chinois agitent des drapeaux de la République populaire de Chine.
12h45. Les porteurs de drapeaux tibétains, qui voulaient manifester près de la tour Eiffel d'où la flamme olympique est partie, ont été priés par la police de partir ou de ranger leurs drapeaux. En revanche, les drapeaux français et chinois sont autorisés.
12h55. La flamme est accueillie par les huées de centaines de manifestants réunis près de la Tour Eiffel, qui scandent "Liberté en Chine et au Tibet".
13h02. Quatre hommes ont été interpellés par la police peu après 12h30 sur le parcours de la flamme alors qu'ils tentaient de ralentir la progression de la torche. Quelques minutes plus tard, deux militants de Reporters sans frontières ont tenté de sauter par dessus les cordons de policiers pour atteindre la flamme qui était à 3 mètres d'eux.
13h09. Après de nombreux incidents entre forces de l'ordre et militants pro-tibétains, la flamme olympique monte dans un bus de la sécurité et le relais à pied est interrompu. La torche se dirigeait, sur la rive gauche de la Seine, vers Issy-les-Moulineaux. Cette interruption s'est produite lors du deuxième relais à environ 200 m de la Tour Eiffel alors que le cortège avait quitté le périmètre de sécurité dressé à proximité du monument.
13h15. Mireille Ferri, la vice-présidente Verte du conseil régional d’Ile-de-France, est interpellée alors qu'elle se dirigeait vers le Champ-de-Mars munie d'un extincteur pour manifester sur le passage de la flamme olympique.
13h32. La flamme remonte dans le bus, sous haute protection. Après l'ancienne athlète Marie-José Pérec, qui devait porter la torche mais en a été privée, c'est au tour du tennisman Arnaud Di Pasquale d'attendre en vain la flamme, qui reste bloquée dans le bus à la demande des Chinois.
13h40. Un drapeau noir de quatre mètres, sur lequel des menottes figurent les anneaux olympiques, est déployé au premier étage de la Tour Eiffel.
13h50. La flamme a été éteinte peu après 13h30 "pour des raisons techniques", selon la préfecture de police de Paris, aux abords de l'immeuble de France Télévisions.
14h20. Une demi-douzaine de personnes ont tenté peu après 14 heures d'éteindre la flamme, avant d'être écartés par les forces de l'ordre sur la rive droite de la Seine, au niveau du quai Saint-Exupéry (XVIe arrondissement).
16h01. La flamme olympique a de nouveau été mise à l'abri dans un bus près du jardin des Tuileries, après sa descente de l'avenue des Champs-Elysées, sous les huées du public. La torche était arrivée à 15h40 place de la Concorde après une descente des Champs ponctuée de diverses manifestations en faveur du Tibet.
16h20. Des centaines de personnes se trouvent sur la place de l'Hôtel de Ville, où quelques échauffourées ont opposé partisans de la Chine et du Tibet. Des CRS sont intervenus pour tenter de séparer les deux parties, et ont interpellé quatre personnes.
16h25. L'itinéraire de la torche olympique est modifié.
16h55. Les derniers relais de la flamme olympique dans les rues de Paris sont supprimés. La torche gagne directement en bus le stade Charléty depuis l'Assemblée nationale.
17h30. Précédée d'une trentaine de policiers, la flamme olympique arrive à bord d'un bus au siège du Comité national olympique et sportif français (CNOSF), à côté du stade Charléty, son terminus à Paris.
18h20. Des échauffourées éclatent entre militants pro-Tibétains et pro-Chinois, à proximité du stade Charléty, terme du parcours de la flamme à Paris. Après une bousculade et des échanges de coups, les forces de l'ordre interviennent.
18h30. Fin de la cérémonie marquant le périple mouvementé de la flamme olympique à Paris. La flamme doit quitter ce soir le sol français pour San Francisco.
Tocha em Paris (1): O que se vê e lê na China
Ao contrário do que tinha sucedido ontem, em que os incidentes em Londres foram quase ignorados pela agência noticiosa chinesa, os acontecimentos de Paris - com a chama a ser apagada e transportada, durante grande parte do percurso, de autocarro - foram noticiados pela Nova China. Mas sempre com críticas aos manifestantes. E as imagens escolhidas para ilustrar a notícia, nas edições on-line, foram quase sempre as dos espectadores chineses, empunhando bandeiras do país e de apoio aos Jogos.
Eis os primeiros parágrafos da notícia-síntese da Nova China sobre a passagem da tocha por Paris:
PARIS, April 7 (Xinhua) -- The Olympic torch relay concluded in Paris Monday afternoon, after repeated disruptions by Tibetan separatists and their supporters which aroused indignation from spectators and sports officials.
The torch was forced to be put on an accompanying bus for four times in the afternoon as precautions against the protestors, a Xinhua photographer reported. The journey was cut short and brought to the final place by bus.
Earlier, a protestor tried to use a fire extinguisher to put out the Olympic torch, but was stopped by police, and another one failed in his attempt to snatch the torch from a torchbearer.
At least five protesters were detained for blocking the Beijing Olympic torch relay in the French capital, the AFP news agency reported.
Henri Serandour, head of the French Olympic Committee on Monday criticized the protests as "highly regrettable."
"I think that people should have let this flame through, that they could have held their protests to one side," he said.
"Everyone has a right to express themselves but to stop it passing shows a lack of respect for the basic freedom of our athletes to carry this flame, which is a message of peace to the whole world," the chief said.
Another member of the French Olympic Committee said here Monday that the Olympic torch relay should not be affected in any way.
"The Olympic sacred fire is a symbol of peace, tolerance... and should not be affected by anybody in any way," Guy Drut told France 3 television.
Spectators of the Beijing Olympic torch relay were greatly annoyed and angered by Tibetan separatists and their supporters attempting to disrupt the Monday event in Paris, the fifth leg of the flame's global tour.
"We've come here only to watch the torch relay," said a Paris student, who gave his first name as Mark.
"What in the world does this have anything to do with us except for annoying us?" he added, pointing to Tibetan separatist demonstrators.
Olímpicos: João Pedro Monteiro qualificado no Ténis de Mesa
João Pedro Monteiro tornou-se no sábado no primeiro jogador português de Ténis de Mesa a qualificar-se para os Jogos Olímpicos, ao vencer uma das séries de qualificação directa do torneio europeu disputado em Nantes, França.
João Pedro Monteiro, de 24 anos, é um atleta apoiado pelo Programa de Preparação Olímpica do Comité Olímpico de Portugal (Nível 3) desde Janeiro de 2006.
Para alcançar o objectivo, Monteiro derrotou o bielorusso Chtchetinine por 4-0 e o craniano Didukh por 4-3.
Com esta qualificações são agora 52 os atletas, de 11 modalidades, apurados para integrarem a Missão de Portugal aos Jogos de Pequim.
Fonte: COP
domingo, 6 de abril de 2008
Tocha em Londres (2): O que se vê e lê na China
Nos órgãos de informação chineses não existe a mais pequena referência aos incidentes e tentativas de interrupção do percurso da tocha olímpica. O despacho de síntese do dia, da agência oficial Nova China, assinado por Zhang Rongfeng, é elucidativo, como se observa pela leitura do seu primeiro parágrafo: «O forte nevão em Londres não diminuiu a paixão popular por ver a chama olímpica de Pequim, já que grandes multidões se concentraram nas ruas para saudar a tocha na cidade que acolherá os Jogos de 2012.»
A notícia lembra que o percurso de 50 quilómetros percorrido em Londres será o maior que a tocha irá cumprir fora da China. E assinala que no bairro de Chinatown milhares de pessoas concentraram-se nas ruas, a festejar, muitas horas antes da passagem da chama.
A única referência, e mesmo assim subliminar, a possíveis protestos é feita na informação dada sobre Steve Redgrave, o primeiro portador da tocha em Londres: «Redgrave criticou a mistura entre Olimpíadas e política dias antes da estafeta».
Todas as outras notícias enviadas pela agência ao longo do dia ignoram os incidentes, preferindo antes sublinhar o apoio de personalidades internacionais aos Jogos Olímpicos de Pequim. Eis dois exemplos (quase ignorados, curiosamente, no Ocidente):
Violinist Vanessa Mae: "I'm here for Olympics"
LONDON, April 6 (Xinhua) -- Classical violinist Vanessa Mae joined the Beijing Olympic torch relay in London at the bank of the Thames here on Sunday afternoon, saying she was running for the Olympics.
Mae carried the torch from outside the South Bank Center up to the Waterloo Bridge in central London.
After finishing her part of the torch relay, she said: "It's a great honor to run in the Olympic torch relay. I'm here for the Olympics."
British PM Brown greets Beijing Olympic flame
LONDON, April 6 (Xinhua) -- British Prime Minister Gordon Brown greeted the Beijing Olympic flame when it passed No. 10 Downing Street on Sunday.
Olympic gold medalist Denise Lewis carried the torch through Downing Street's famous black gates and handed it to Ali Jawad in a wheelchair as Brown and Olympics Minister Tessa Jowell looked on with smiles.
Tocha em Londres (1): O que se vê e lê no Ocidente
A passagem da tocha olímpica por Londres, a cidade europeia com maior número de chineses (80.000), é a história do dia para grande parte das agências noticiosas e edições on-line dos jornais europeus. E todos são unânimes na sua perspectiva, resumida, aliás, no título da notícia principal da agência Reuters: «Protestos interrompem estafeta da chama olímpica por Londres».
O primeiro parágrafo da notícia, assinada por Raissa Kasolowsky e Katherine Baldwin, é também elucidativo da abordagem seguida pela agência: «Milhares de manifestantes empunhando bandeiras do Tibete e gritando slogans contra a China interromperam a estafeta da tocha olímpica em Londres, no domingo, um dia que tinha sido anunciado como de paz e harmonia».
Em todos os órgãos de informação do Ocidente, o relevo foi sempre dado aos incidentes com os manifestantes, à acção da polícia (que deteve algumas dezenas de militantes pró-Tibete), e às medidas de segurança em redor da tocha, ilustrado com fotos da do estlo que abre este post. Em plano secundário, surgiam as referências às condições meteorológicas (Londres esteve debaixo de um forte nevão), à particpação de Gordon Brown e à presença de Steve Redgrave (o mítico remador com cinco medalhas de ouro em cinco Jogos consecutivos).
Alguns exemplos do que se lê por aí:
El País (Espanha): «Detenidos pro tibetanos al intentar apagar la llama olímpica.
La tensión se adueña del recorrido de la antorcha por Londres.- Los manifestantes portaban extintores.- Al menos 30 personas arrestadas por varios incidentes.»
Le Figaro (França): «Relais mouvementé de la flamme olympique. A Londres, le relais a été émaillé d'incidents entre la police et des manifestants anti-chinois, qui ont tenté de s'emparer du flambeau ou de l'éteindre au moyen d'extincteurs.
Lire aussi: Une flamme protégée comme un chef d'Etat.»
Guardian (Reino Unido): «Extra police called in as Olympic protests continue.
Police have been forced to bring in reinforcements to marshal the torch relay through London after further demonstrations at China's human rights record
In pictures: Olympic protests»
Público (Portugal): «Tocha foi arrancada das mãos de apresentadora de TV.
Londres: 18 detidos em distúrbios durante percurso da chama olímpica»
sexta-feira, 4 de abril de 2008
China: Dissidente condenado
O activista chinês Hu Jia foi condenado a três anos e meio de prisão, acusado de «incitação à subversão do poder estatal e do sistema socialista». A condenação, a quatro meses do início dos Jogos Olímpicos, promete desencadear uma nova onda de protestos entre a comunidade internacional.
A agência de notícias oficial Nova China noticiou que o activista «confessou o crime e aceitou o castigo», o que terá contribuído para uma pena mais leve do que a inicialmente prevista. Um dos seus advogados garantiu, no entanto, que o cliente se limitou a reconhecer «alguns excessos».
Hu Jia foi detido em Dezembro, quando se encontrava já sob vigilância das autoridades, depois de ter feito várias declarações criticando o desrespeito das autoridades chinesas pelos direitos humanos, mesmo depois de se terem comprometido junto do Comité Olímpico Internacional a melhorar a situação até ao início dos Jogos.
No julgamento sumário, a acusação apresentou como prova várias entrevistas concedidas a jornalistas estrangeiros, e artigos divulgados na Internet.
Num artigo escrito em Setembro, em conjunto com o professor de Direito Teng Biao, Hu Jia advertia os estrangeiros que vão visitar Pequim durante as Olimpíadas: «Deveis saber que este entusiasmo, estes sorrisos, esta harmonia e prosperidade existem à custa da injustiça, de lágrimas, de prisões, tortura e sangue.»
A Comissão Europeia já pediu a «libertação imediata» do activista.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Olímpicos: Francis Obikwelu sorteia fato autografado
Francis Obikwelu lançou no seu site oficial um passatempo para premiar os seus mais fiéis fãs cibernáuticos com um fato de competição autografado. Para se habilitar ao prémio, só é preciso escrever a melhor e mais original frase sobre o velocista, medalha de prata nos Jogos de Atenas 2004. O passatempo termina dia 6 de Abril aqui.
Boicote: O que se diz por aí (8)
«O povo chinês goza agora de grande liberdade de expressão, as pessoas podem comentar e criticar o trabalho do governo. Os Jogos Olímpicos são uma oportunidade para a China se abrir mais e desenvolver-se... e ao mesmo tempo vão contribuir para o incremento do respeito pelos direitos humanos»
Wang Wei, vice-presidente executivo do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (BOCOG)
Boicote: O que se diz por aí (7)
«Tenho muito pouca admiração por políticos que vêm aqui para assinar grandes contratos económicos e que três ou quatro meses depois dizem: 'se calhar não venho à cerimónia de abertura'. Os atletas têm mais do que suficiente informação para saberem o que devem fazer, e não precisam de lições de políticos que usam o desporto de forma rasteira ao mesmo tempo que assinam grandes contratos empresariais»
Hein Verbruggen, presidente da comissão do COI para a avaliação dos Jogos de Pequim
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Tibete: E se o contra-ataque chinês for com Sa Dingding?
A passagem da tocha olímpica pela Europa vai coincidir com a primeira grande apresentação daquela que pode tornar-se, em breve, uma grande exportação chinesa: Sa Dingding, a mais séria candidata a pop-star internacional a surgir naquele país.
É verdade que esta sua visita de promoção, a Inglaterra e Alemanha, é dirigida pela gigante discográfica Universal, mas há coincidências que não são inocentes, especialmente nos tempos que correm. Como esta: Sa Dingding, filha de pai mongol e mãe chinesa, costuma cantar em mandarin, sânscrito e em... tibetano. Budista assumida, com origens étnicas variadas e fortemente influenciada pela música electrónica ocidental, Sa Dingding é, neste momento, o melhor cartão de visita que a China poderia encontrar para promover uma imagem de país moderno, orgulhoso das suas tradições e tolerante com todas as culturas.
Independentemente de tudo, vale a pena começar a fixar o nome e conhecer aqui a música de Sa Dingding. Ainda vamos ouvir falar muito nela - até tem um grande concerto agendado em Pequim para a altura dos Jogos Olímpicos.
Vídeo: Publicidade das marcas para Pequim 2008 (5)
Mais um anúncio da Lenovo. Mas parece-me que a passagem da tocha por estas cidades não vai ser exactamente a festa que se vê nestas imagens, com Paris, Londres e São Francisco, entre outras, como fundo. E a correria pode ser outra... por causa do Tibete.
Vídeo: Publicidade das marcas para Pequim 2008 (4)
Anúncio da Lenovo para a tocha olímpica
Vídeo: Publicidade das marcas para Pequim 2008 (3)
Um dos vários anúncios da Visa, com o actor Jackie Chan e a participação do basquetebolista Yao Ming
Vídeo: A publicidade das marcas para Pequim 2008 (2)
Anúncio da Freddy, a marca de roupa desportiva que equipa a delegação olímpica italiana
Vídeo: Publicidade das marcas para Pequim 2008 (1)
Anúncio da Adidas para o mercado chinês
Olímpicos: 50 portugueses já apurados
Portugal tem, nesta data, 50 atletas apurados para os Jogos Olímpicos de Pequim, com o maior contingente, em dez modalidades, a pertencer ao atletismo, .
Vamos lá recordar quem já carimbou o passaporte:
Atletismo:
Naide Gomes (Salto em Comprimento)
Sara Moreira (3000 m. obstáculos)
Vânia Silva (Martelo)
Sílvia Cruz (Dardo)
Elisabete Ansel (Vara)
Sandra Tavares (Vara)
Susana Feitor (20 km Marcha)
Inês Henriques (20 km Marcha)
Vera Santos (20 km Marcha)
Jéssica Augusto (5000 metros)
Leonor Carneiro (Maratona)
Ana Dias (Maratona)
Marisa Barros (Maratona)
Paulo Gomes (Maratona)
Hélder Ornelas (Maratona)
Francis Obikwelu (100 e 200 metros)
Arnaldo Abrantes (200 metros)
Edivaldo Monteiro (400 m. barreiras)
Nélson Évora (Triplo Salto)
Marco Fortes (Peso)
João Vieira (20 km e 50 km Marcha)
Sérgio Vieira (20 km Marcha
António Pereira (50 km marcha)
Augusto Cardoso (50 km Marcha)
Ciclismo:
3 atletas a nomear para a prova de Estrada
1 atleta a nomear para o Contra-relógio individual
Esgrima:
Joaquim Videira (Espada)
Judo:
Telma Monteiro (-52 kgs)
Natação:
Tiago Venâncio (100 e 200 metros Livres)
Diogo Carvalho (200 metros Estilos)
Fernando Costa (1500 metros Livres)
Diana Gomes (100 e 200 metros Bruços)
Carlos Almeida (200 metros Bruços)
Sara Oliveira (100 e 200 metros Mariposa)
Pedro Oliveira (200 m Costas e 200 m Mariposa)
Simão Morgado (100 metros Mariposa)
Taekwondo:
Pedro Póvoa (-58 kg)
Tiro:
João Costa (Pistola Livre)
Tiro com armas de caça:
Manuel Vieira da Silva (Trap – Fosso Olímpico)
Trampolins:
Ana Rente
Diogo Ganchinho
Vela:
Afonso Domingos e Bernardo Santos (Star)
Álvaro Marinho e Miguel Nunes (470)
Jorge Lima e Francisco Andrade (49er)
Gustavo Lima (Laser)
João Rodrigues (Prancha RS:X)